quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

eu queria fazer um texto exorcismo. analgésico. amnésia. eu queria fazer um texto despacho. arrebatamento. um texto indulto. um texto libertação. eu queria fazer um texto conversão. um texto fuga. esconde-esconde. eu queria um texto, um último texto. eu queria fazer um texto aparelho do MIB do esquecimento. um texto estaca no coração do vampiro. um texto porre de cachaça. boa noite cinderela. droga pesada. atestado de loucura. eu queria um texto... pelo menos um... que me trouxesse um beijo.
mas para o amor ( ou para aquilo que vem depois que alguém vai embora) não se inventou cura.

um texto que não tem cura.

ramoncdezembro2013.

sábado, 21 de dezembro de 2013

            amor como eu pensei que era, não é.
            deus como eu pensei que era, não é.
            sexo como eu pensei que era, não é.
            beleza como eu pensei que era, não é.
            fidelidade como eu pensei que era, não é.
            verdade como eu pensei que era, não é.
            religião como eu pensei que era, não é.
            ela me dizendo "eu te amo" como eu pensei que era, não é.
            felicidade como eu pensei que era, não é.
            dinheiro como eu pensei que era, não.

            a linguagemente.

            ramoncdezembro2013.

domingo, 15 de dezembro de 2013

eu fiz um poema.
rápido.
seco.
lindo.
falava de você, da sua lembrança.
da tatuagem que fiz de você por dentro.
das comidas que experimentei por você.
eu revolvi fazer um poema sobre as curvas do teu corpo.
sobre os beijos  seus em mim, na boca, na nuca, no peito.
eu tentei, por horas, fazer um poema de verdade.
que tivesse a palavra primavera, a palavra amor. e que amor tivesse muitos sentidos.
na eternidade. na cama.
eu tentei te fazer um poema vulcão. erupção. que , ao ser lido, fosse potente como um soco no estômago.
quis muito te dar o sangue que escorreu daquele corte.
você não me suportou... “quem suporta quem?”
e quando eu te perguntei “você me quer?”
você disse “sim, mas não inteiro”
você me cortou como num açougue, porque, afinal de contas
os homens estão aos pedaços mesmo.
eu não sou uma gravura. e por dentro eu sou um vendaval.
não existem vendavais na primavera,
e, nesse poema, só coube dor.

um poema sobre mim.

ramoncdezembro2013.