eu fiz um poema.
rápido.
seco.
lindo.
falava de você, da sua
lembrança.
da tatuagem que fiz de você
por dentro.
das comidas que experimentei
por você.
eu revolvi fazer um poema
sobre as curvas do teu corpo.
sobre os beijos seus em mim, na boca, na nuca, no peito.
eu tentei, por horas, fazer
um poema de verdade.
que tivesse a palavra primavera,
a palavra amor. e que amor tivesse muitos sentidos.
na eternidade. na cama.
eu tentei te fazer um poema
vulcão. erupção. que , ao ser lido, fosse potente como um soco no estômago.
quis muito te dar o sangue
que escorreu daquele corte.
você não me suportou... “quem
suporta quem?”
e quando eu te perguntei “você
me quer?”
você disse “sim, mas não
inteiro”
você me cortou como num
açougue, porque, afinal de contas
os homens estão aos pedaços
mesmo.
eu não sou uma gravura. e
por dentro eu sou um vendaval.
não existem vendavais na
primavera,
e, nesse poema, só coube
dor.
um poema sobre mim.
ramoncdezembro2013.
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