sábado, 29 de março de 2014

vivendo.
essa coisa no gerúndio que acumula coisas e poeira.
acumula tempo e coisas do devir.
devir. dever.
deixei a barba por fazer.
o cabelo por cotar.
umas contas a pagar.
mas de você... eu não esqueço, não.
alguns filmes para ver.
alguns ingressos a comprar.
juízo por tomar.
mas de você ... não esqueço, não.
eu farei a barba, segunda.
cortarei o cabelo quando o cabeleireiro voltar.
devo? claro que devo, mas vou pagar!
mas de você... não esqueço, não.
os filmes,eu vejo, se der.
os ingressos, eu compro se o dinheiro der.
juízo é ruim de tomar.
mas de você eu não esqueço. eu não esqueço, não.

eu não esqueço, não.
ramoncquaseabril2014

domingo, 9 de março de 2014

eu vi, em seu rosto, uma palavra que me capturou:mulher.
entre os gesto, os mais femininos, era didática: mulher.
era a mais feminina de todas as mulheres e todos os rostos sublimes de mulheres que há.
era mulher sem metáfora, aposto, adjetivo.
mulher.
a mais curiosa representação do sagrado em ser humana.
não era a sensualidade oculta da vênus.
a liberdade da oxúm.
ou a opressão de maria.
era mulher. mulher apenas. a repetição da palavra em si mesma fazendo sentido. em ânsia. em vontade.
não tinha nada de materno, de antipático, de cuidador.
não havia uma menstruação. um discurso. era o oco de todo o resto preenchido como uma explosão de estrela. nua.
era uma mulher que, de tão mulher, só se sabe, meu amigo, vendo.

mulher
ramoncmarco2014.