terça-feira, 31 de julho de 2012

Deus! Dá-me mãos de pato!


         Eu queria mãos de pato. Mãos de pato com aquelas membranas boas para nadar. Sabe? Seria nojento eu sei. Entretanto aquela velha máxima de que " o amor é tal qual segurar água nas mãos em forma de concha" seria inválida.  Se alguém viesse com aquela cara "madura pra caralho" e dissesse a tal máxima, eu, no auge na arrogância mostraria minhas mãos de pato e diria: - Toma seu trouxa... Como você se sente agora? Se achava o espertão, "sabe-tudo-do-amor", e, agora, está com medinho das minhas mãos anfíbias e por não saber nada sobre amor. 
             Queria segurar o amor dela firmemente e que o amor dela não dependesse dela, dependesse das minhas mãos de pato, e de tudo o que eu sinto. Claro, fazemos coisas. As coisas ditas e mostradas: abrir a porta de um Buiu, levar o chocolate preferido. Isso sempre parece pouco... Ela é linda, ela cresce, e vem o passado lindo com cabelinho de lado, sorriso Cepacol e pisca com cílios enormes, falando sobre topografia, Lua e o Caralhoaquatro do universo todo. Como se saber que porra de molécula casada com outra molécula filhadeumaputa daria bom resultado e pimba: A humanidade.
            Tem as coisas que fazemos e não contamos: não olho mais bunda nenhuma, não me masturbo pensando em mais ninguém, e toda música de amor é pra ela, sobre ela, ou com ela. Mas vem o bonitão com o olho mais lindo do mundo, com seus saltos de 1,80metros fodaspracaralho e ploft: - oi gata!
            Ah, se eu tivesse mãos de pato, além de segurar a água com as mãos como nenhum outro, botava medo em todo mundo... Chamariam – me : Ramon o mutante brasileiro! Iria ao programa do Ratinho numa quarta-feira, disputaria o pico de audiência com o Futebol da PlimPlim. Lá, no programa do Carlos Massa, eu, mentindo, diria que além de mãos de pato, conseguia ler mentes, e matar com um só olhar... Ah, bento seria o poder de matar apenas com o olhar... Nada de facas, paus, pedras. Um olhar incisivo, umas mãos de pato, e eu... Mataria.
            Você deve estar pensando que eu, por ciúme, estou demonstrando apenas o egoísmo de não ser melhor em tudo... E, na verdade, você não está de todo errado. Mas, caro leitor, é melhor matar do que morrer... Quem, sendo sincero, numa situação entre matar ou morrer escolheria a segunda opção: A lei permite, a ética permite, a moral permite, Deus permite. E eu queria apenas uma morte que não fosse a minha aos poucos, de raiva, de insanidade. Se não dos, tantos, bonitões, do meu ciúme pelo menos. Por isso, mãos de pato seriam muito bem aproveitadas. Se eu não matasse alguém com elas, pelos menos provaria que pato mergulha. Senão na água, no coração dela.

Ramon C.

sábado, 28 de julho de 2012


eu te amo.
é mentira.
eu te amo,
é mentira.
eu te amo
é mentira.

e a plateia insandecida

aplaudiu em pé.


Ramon C.

segunda-feira, 23 de julho de 2012


Poema longo ( demais)


Ceder, ceder, ceder...
E quando eu não for mais eu?
De quem você vai gostar?
Você pede preu me mudar,
Moro longe, fui embora.
Pede preu rezar,
E meus joelhos, são puro sangue.
Você pede preu não contar:
Eu escondo, até de mim.
Você pede preu esperar,
Eu espero,  tiro o relógio que é herança,
de amigo, do mais querido.
Você pede preu ser paciente
e a enfermeira me mede a febre.
Você pede preu não dizer
e minha boca, de tão túmulo,
se alegra com um caixão pra dois.
Você pede preu ser direito:
E eu durmo cedo,
bebo pouco,
não trepo
e me concentro
( sem esforço).
Você pede andar na linha
e eu costuro como ninguém.
Pede pra não colocar alface no seu prato
e se colocam, viro vaca e como o seu.
E agora você pediu preu não ser seu namorado...
"Se der, se der, se der"
E o que você vai pedir depois?
Preu não ser eu?

Ramon C.
23/07/2012.

Tragédia Lusitana.



                Deu no jornal, destes vagabundos, que um português, destes tradicionais, fora brutalmente assassinado. O assassínio, tão brutal, logo estava no boca-boca e da Mooca ao Brás se ouvia, tal qual telefone-sem-fio, a respeito da coisa de tão terrível soava aos ouvidos dos que, de uma forma ou de outra, amavam o velho lusitano sem conhecê-lo assim tão bem. 
                Logo Arouche, Sé e toda a redondeza ouviam, falavam e repetiam  a novidade: Donas Marias, Seus Joãos, mas a coisa só ficou mesmo sabida por conta da internet: espalhou-se sem precedentes. Ninguém conseguia ser o mesmo depois de ouvir a respeito, sequer os pães eram pães ou cafés eram cafés. Nas padarias se pedia: - uma média, com um minas na canoa.
                E a cada vez que se falava o velho lusitano agonizava um tanto mais. Em uma cova quente, é verdade.

Ramon C.
23/07/2012
Prece Cósmica.

Em tablado rústico, seco:
uma mulher, uma mulher,
não sei quantos beijos.
Imagine quantos quiser.

A todo homem que se espanta
com o desejo que entre elas cresce
a flor é o pau da planta.
O tesão de qualquer jeito desce.

Nas curvas de ambos os corpos
No feminino que as duas têm
foi vertigem de copo a copo.

Na ordem que vos dei: - amem!
No profano daqueles corpos.
Entre gemidos, ouviu-se : - Amém!

Ramon C.

No episódio do universo cósmico de sábado.



obs; "Prece Cósmica" é originalmente título de uma música da Banda Secos & Molhados, do álbum 1979.

quarta-feira, 18 de julho de 2012


Hóstia.


“Se eu derramasse amor nas suas estrelas e flor no seu perfume?  Acalmasse essas interrogações vãs que eu engulo com café com leite e pão com manteiga.
Dilma Alencar.
                As pessoas, as pessoas. Há pessoas. Mergulhar tão profundamente em si não tem volta ou remédio.  Se tivesse eu não tomava, preferia tomar veneno a ser quem eu era no início dessa linha. E, a bem da verdade, a metáfora é boa. Seguimos com goles dulcíssimos de um veneno que nos leva ao abismo. Ou de morrer, ou de ser.  E, nem por força, saberia dizer se um depende ou não do outro para acontecer.
                As coisas, as pessoas, quem saberá  o que o maníaco da frente pensou quando viu a mulher insinuante, ou se fora a mulher insinuante que desejou um maníaco quando vinha um pobretão, que nem pensava que uma mulher insinuante o queria maníaco, desses de levar num parque e sufocar alguém com o cadarço. Se ele pudesse seria maníaco, mas é um coitado que nem pra sonho erótico serve. Nem dos outros, nem os dele. Ele é, passo a passo, um. Só um.  Um só. Ser o que se é dói, e dói mais quando se sabe disso:ser e saber a respeito é irremediável. E diante de dor intensa, talvez, morfina resolva. Mas... E se a morfina é pouca?  Dor ? Quem culpará alguém por desistir? E se desistir significar a morte, temos um mártir. Todos que morrem são mártires. Morrer perdoa tudo. Morrer é divino, se ganha o céu, se ganha a lápide. As flores de cerejeira.
                Não, não é de morrer que estou falando, e falar de morrer também não é falar em morte. É que, às vezes, andar por aí aguça as coisas. O mundo pesa. As pessoas correm e as etiquetas estampam as caras todas alegrinhas, bonitinhas. Ter par nesse mundo é coisa de gigante. Todo mundo é austero, ninguém tem sequer um pecadinho pra contar. Todos íntegros. E , se por ventura há pecados, foram feitos à revelia, força da tradição, do desejo: coisa justificável. Ninguém é mau. Eu? Eu, contudo, já senti inveja. Medo. Já me quis maníaco, desses de cadarço, de parques. Não pude. Sou fraco, sou eu. Não lembro, mas se puxar bem pela memória, já me quis insinuante. Talvez mulher. Quiçá.
               Vi nos olhos dos outros uma dor tão grande. “Mas eu nunca falei com ela?”! A dor era minha? Essa mulher estava sentindo a minha dor, na rua, na calçada, desgrenhada: ladra!Pegou uma dor que era minha meteu por entre as pernas e estava grávida de mim! Gestava meu filho-dor.  E eu queria-a. Não entendi o motivo, não entendia seus anseios. Mas tive medo. Covarde. Sou covarde, pois não perguntei, a deixei grávida de uns seis meses de dor. Sem morfina. Com veneno. Tomemos um gole. E de um psiu, veio à tona: eu ainda posso amar.Amar perdoa o não ser. Quando se ama, se é criança. Quando se ama com tesão. Não estão falando em fraternidade.
                Quando se ama quer ter as mãos na carne, pois se ama a carne entre-outras-coisas. Amar é perdoar o ser, mesmo sabendo sobre. Amar é ter um copo de veneno que ao passo de matar , traz-lhe a vida inteira, de uma vez só. "Psiu: Eu te amo"... Respirei.


Ramon C.

domingo, 15 de julho de 2012


Trem da pressa.


Como te amo,
Como te amo,
Como te amo.

Virgem Maria, mas como assim, está doido?

Te amo agora,
Como eu te amo,
Te amo hoje,
Não demora,
Vem de pressa,
Vem comigo,
Vem sem medo,
Como te quero.
Te amo tanto.
Que eu preciso,
Tanta pressa,
Tanta pressa,
Tanta pressa.

Ôô...
Amo você,
Amo cheiro
Amo o beijo
Amo o andar
Amo seu jeito
Amo o pescoço
Amo o queixo,
O seu braço,
Debruçado no meu ombro
Que vontade de Cantar!
Ôô...

Quando me prendero,
Longe de amar,
Minha saudade,
Ia me matar.
Ôô...
Menina bonita,
Do vestido florido,
Se me der um beijo,
Eu lhe dou sorriso...
Ôô...
Fico aqui, fico aqui, fico aqui.
Em seu peito
Eu me deito,
Não quero sair...
Ôô...

Vou de pressa,
Pro teu abraço,
Vou correndo,
Ao espaço,
Tô com pressa, 
Amo a moça,
Amo a moça,
Amo a moça.


Ramon C.

Inspirado em Trem de Ferro de Manuel Bandeira.
Para minha namorada, Bia.

15/07/2012

sábado, 14 de julho de 2012

E
nesse mundo sem
 ela,  percebi o quan
to pob
re s
ou...


E dos pobres é o reino de Deus.

quinta-feira, 12 de julho de 2012


Engraçadinho do culto.


A gordinha,
Come uma bolacha
Escondida na cozinha.

A preguiçosa,
Deita e rola,
Em qualquer prova.

A bagunceira,
Não tolera,
Muita doideira.

A geniosa,
Obedece ao pai
Bem atenciosa.

A mais linda,
No meu coração
Anda por cima.

Ramon C - no episódio de ter assistido a um culto com sua namorada.

12/07/2012.

segunda-feira, 9 de julho de 2012


Quadra de libertação, ou do lado de fora da prisão.



Tum, Tum, Tum
Bate a mão do guarda
Em minha cela escura
Em noite enluarada.

Tum, Tum, Tum
Quem é que está ai?
Tempão que eu não tenho
Ninguém pra vir aqui.

Uma vida eu passei
Em plena solidão
O pouco que me dei
Não valia um tostão

Agora em cela escura
Há tempos esperando
Alguém que me procura
Como eu vinha procurando

Tum, Tum, Tum
Repete o da guarda
- Vem uma moça linda
E quer te dar palavra

O que essa moça linda
Sabe a meu respeito?
Será que ela brinca
Com meu sentimento?

Será que ela sabe
Que não posso namorar?
Pois a cela que me prende
Eu não posso arrebentar

Tum, Tum, Tum
- Diz saber de tudo.
Disse a voz do guarda
Com ar muito profundo

Não quero que me veja
Tão feio,  esfarrapado
Minha cara suja
Com meu peito perfurado.

Tum, Tum, Tum
- Diz que não se importa
Com a sua roupa suja
E com sua cara torta.

Tum, Tum, Tum
-Quanto ao peito oco,
Ela disse a mim,
Que veio pôr um fim.

Tum, Tum, Tum
- Está a te esperar
Também se sente presa
Onde ela está.

- Quer de uma vez
Pôr ponto final
Na distância entre vocês
E que nisso não vê mal.

- Falou que a cela escura
Mais protege do que prende,
Que não passa de frescura,
O que você diz que sente.

Tum, Tum ,Tum
- Não vai se levantar?
Terminou o guarda irritado,
O que veio me falar.

Então eu me levantei
Por medo muito grande
Do muito que amei
Desde o primeiro instante

Em minha cela Escura
Que eu me escondi
Fazendo cara dura
A tudo que senti

Eu me sentia mal
Por amá-la tanto.
Seu amor muito natural
Me causava grande espanto.

Não via, a moça linda,
O quanto sou diferente?
Qualquer moço de família,
Seria melhor pretendente.

Através daquela porta
Nos olhamos algum tempo
Entre as grades tortas
Que mal passava vento

Passou amor tão grande
De um tamanho que não se narra
Tão pouco que se entende
Portanto, não se compara.

Tum, Tum , Tum
- O que digo à moça então?
Tum, Tum, Tum
Respondeu meu coração:

Diga à moça linda
Obrigado por me dar
Um amor que nunca finda.
E a faça entrar.

Quadra de libertação, ou do lado de fora da prisão.



Tum, Tum, Tum
Bate a mão do guarda
Em minha cela escura
Em noite enluarada.

Tum, Tum, Tum
Quem é que está ai?
Tempão que eu não tenho
Ninguém pra vir aqui.

Uma vida eu passei
Em plena solidão
O pouco que me dei
Não valia um tostão

Agora em cela escura
Há tempos esperando
Alguém que me procura
Como eu vinha procurando

Tum, Tum, Tum
Repete o da guarda
- Vem uma moça linda
E quer te dar palavra

O que essa moça linda
Sabe a meu respeito?
Será que ela brinca
Com meu sentimento?

Será que ela sabe
Que não posso namorar?
Pois a cela que me prende
Eu não posso arrebentar

Tum, Tum, Tum
- Diz saber de tudo.
Disse a voz do guarda
Com ar muito profundo

Não quero que me veja
Tão feio,  esfarrapado
Minha cara suja
Com meu peito perfurado.

Tum, Tum, Tum
- diz que não se importa
Com a sua roupa suja
E com sua cara torta.

Tum, Tum, Tum
-Quanto ao peito oco,
Ela disse a mim,
Que veio por um fim.

Tum, Tum, Tum
- Está a te esperar
Também se sente presa
Onde ela está.

- Quer de uma vez
Pôr ponto final
Na distância entre vocês
E que nisso não vê mal.

- Falou que a cela escura
Mais protege do que prende,
Que não passa de frescura,
O que você diz que sente.

Tum, Tum ,Tum
- Não vai se levantar?
Terminou o guarda irritado,
O que veio me falar.

Então eu me levantei
Por medo muito grande
Do muito que amei
Desde o primeiro instante

Em minha cela Escura
Que eu me escondi
Fazendo cara dura
A tudo que senti

Eu me sentia mal
Por amá-la tanto, e tanto.
Seu amor muito natural
Me causava grande espanto.

Não via, a moça linda,
O quanto sou diferente?
Qualquer moço de família,
Seria melhor pretendente.

Através daquela porta
Nos olhamos algum tempo
Entre as grades tortas
Que mal passava vento

Passou amor tão grande
De um tamanho que não se narra
Tão pouco que se entende
Portanto, não se compara.

Tum, Tum , Tum
- O que digo à moça então?
Tum, Tum, Tum
Respondeu meu coração:

Diga à moça linda
Obrigado por me dar
Um amor que nunca finda.
E a faça entrar.

sábado, 7 de julho de 2012


Daqueles ....Sabe? Tipo... De verdade.




“Sei lá. Foi o que me ocorreu.
Porra.
Gosto do meu pai porque ele é meu” .

Clarah Averbuck.
                Nunca soube a importância de um pai. Pai de pai mesmo... Tipo, pai de verdade. O meu, sim, existe, é vivo e me faz visitas, entretanto nunca soube a sua justificativa. Quando eu era pequeno a justiça, por causa da cabeça oca dele, pediu que  ele  se mantivesse a, no mínimo, 100 metros de distância da minha mãe. Como eu nunca saia da barra da saia da minha mãe fiquei por muito tempo sem vê-lo. Não senti falta, na verdade, até me alegrei. Pensem só,  se a justiça te afasta da sua ex-esposa há um motivo, no caso do meu pai não foi diferente. Não quero expô-lo, pois não guardo rancor, nem raiva, só cabe um breve comentário para justificar o texto inteiro.
                A princípio, muitos podem acreditar que cresci sem referência masculina, o que não deixa de ser até certo ponto verdade. Há em mim desprezo pelo machismo, pela macheza e pela masculinidade exasperada. Gosto das tarefas femininas, coser, cozinhar ( amo aliás), e uma casa demasiadamente suja me dá nos nervos. Prefiro cuidar do que ser cuidado, e esse são traços maternais, inclusive. Entretanto, brinquei com espadas na infância, de policia e ladrão, e venci os mais vis generais de minha imaginação, conquanto, ao passo de não ter referência masculina tenho muitas: a do meu irmão mais velho que teve de segurar as pontas com minha mãe desempregada e eu então com 3 para 4 anos, a do meu padrasto , que se há alguém que pode se assemelhar a um pai aí está a figura, do  Domingos, um patrão de minha mãe, que depois tornou-se amaríssimo pela família toda e me apoiou em todas as minhas escolhas, e da minha própria mãe, que mesmo feminina, teve uma postura austera masculina e cuidou de mim e do universo. Todas essas figuras representaram o meu crescimento pessoal e solidificaram a minha vida, e elas, de uma maneira ou de outra, são um símbolo do masculino. Mas pai, pai de “pai” mesmo, nunca precisei.
                Nunca precisei até que, num destes imbróglios da vida, ela me disse: - Meu pai precisa saber. E um pai, não o meu, tornou-se o ponto nevrálgico de uma questão essencial: “Posso namorar com sua filha?” Essas coisas não passavam por minha cabeça, sempre conheci gente prafrentex, do tipo que a família é última a saber de qualquer coisa, e que o pai, se não é tão ausente como o meu, é presente o bastante para fumar um baseado com prole. Pai, de “pai” mesmo, eu nunca tinha conhecido.  Daí que um pai, destes de modelo, destes de novela, destes bravos de piadas sobre gente do interior começou a me encafifar, e encafifar...
                A questão parece simples e muitos podem dizer: ah, que isso, não existe bichos de sete-cabeças, o mundo está mudado e não tem quem não lhe considere bom partido! Entretanto basta um breve exame para percebermos que o buraco é mais em baixo. Não estamos falando de um pai, estamos falando de um pai destes dos quais,  para mim, não passavam de lendas. Sendo assim, temos que, para entender minimamente do que se trata, perceber onde a palavra pai é usada.  No universo familiar brasileiro chegaremos a condição de “ pai de família”, e esse, é aquele que no senso comum ( conhecimento inicial, e às vezes, o último),  que rege a orquestra familiar. Esse aí é o tipo que parece ser o pai que me encafifa. E não é tudo, no universo empresarial, e olha não estou falando apenas de empresas lícitas, o pai é o líder. Basta lembrar do filme ícone de masculinidade  “The goodfather”, que numa tradução literal seria “O Padrinho”. Mas se considerarmos a etmologia da palavra veremos o father lá.  O potente. E essa potência é tão grandiosa que em português a única tradução possível fora : "O Poderoso Chefão", pois chamar o filme com Marlon Brando de "O Padrinho" seria adocicar o universo macho da obra, e chamá-lo de "O Paizão" seria torná-la infantil, pois a palavra Pai é grande por si só. Não considerei ainda o universo religioso, e nesse temos nas religiões africanas o pai-de-santo ( o mestre de cerimônia do culto), o pai-de-cabeça ( entidade que rege um filho de santo), e se formos para as religiões cristãs sabemos bem quem a figura do Pai representa. Sendo assim, se você é pai, pai mesmo, é você quem manda.
                Daí que vem o todo o problema. O medo. Pois como dizer a esse pai, esse pai tão presente, que eu o admiro sem conhecê-lo? Que sou agradecido por me trazer medo, e temo mais ainda o momento que irei  encontrar com ele e dizer: - Oi, é...Estou perdidamente apaixonando por sua filha...e, aceita um café? Fossem outros casos, eu não ia querer passar perto do pai. Esse negócio de conhecer a família antes soava tão démodé, entretanto, agora, é essencial... Não só para eles, mas para mim também. Quero muito agradecer a esse pai, de pai mesmo, pela educação que deu a ela que amo, e pelos genes bons que esculpiram a mais doce criatura que já vi e toquei ( rum rum, toquei bem pouco). Quero dizer a ele que me perdoe pelos meios tortos que chegamos um ao outro, mas que não pudemos evitar e que estamos tentando fazer tudo o mais certinho possível. Como? Sei que não é fácil entregar seu tesouro para que outro tome conta, sei o quanto é duro e quanto ele tem direito de me esfolar o couro. Mas como deixar que esse amor entre mim e sua filha se esvaia? É, ele é um pai, de pais mesmo. E é isso que me dá uma esperançazinha, porque o que eu tenho para a filha dele é: um amor daqueles..., tipo, de amor mesmo... sabe?

terça-feira, 3 de julho de 2012

ConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLllConFuSão MEn   TALLLlllLLLLll


No final do verão elas dessem da ameixeira do outro lado da rua, e vêm à minha casa alojar-se nos beiras e nos pés de comigo-ninguém-pode.
Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma
lagarta listada?
Não Exatamente...
Provavelmente ela se tornará uma borboleta. Ou um amor tão avassalador que você não pode fugir dele.
Eu sem ética. Você sem poder dar vasão ao lindo sentimento que tem. Eu... Um burro. Você a mais inteligente de todas. Eu um ladrão de tempo. Você a que mais me doou de si de todas.
Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional.Certeza emocional. (amor)

segunda-feira, 2 de julho de 2012


- Você viu o céu?
- Que tem?
- É outono.
- Cadê a manteiga?
Essa mulher, que você vê agora, é a mesma que um dia entrou em sua vida e te fodeu. Essa é a mulher que te fez não querer comer mais ninguém no mundo.  
Você, antes, tinha o seu sítio com umas galinhas que botavam todos os dias, e duas cabras boas de leite.
-Tá ali...
- Não vi...
E agora? Agora, seu sítio tem a cara dela no futuro, suas galinhas fazem pratos a ela, e suas cabras alimentam seus filhos. Filhos que tem a cara dela. E seus filhos, a chamam: mãe. No futuro.  No futuro.
- Está comigo.
- Me passa?
- Não, a raptei...
- Qual é a recompensa?
- Fazer amor comigo agora...
-Estou atrasada, se quiser, à noite...
- Aceito.
E você, agora, ama continuar com pequenas brigas pela manteiga. E por todas as outras coisas simplíssimas que sabem um do outro, num caos de tempo.
- Ah, e amo quando você se lembra do outono. Disse isso enquanto saía rápido o bastante para não ser agarrada, a bandida.