sábado, 10 de novembro de 2012

16

Ai que saudade que deu,
da minha adolescência perdida.
da minha cara aturdida
do Caetano e dos Rolling Stones.
Que brigas, que desejos, que porres,
naquelas esquinas e praças
cantando as mocinhas de saias
ouvindo ramones e racionais.

Como eram estranhos os dias,
de existência confusa,
desejando os mamilos sob a blusa,
das moças boas e más.
 O amor - era estranho e distante.
O dinheiro - é distante e importante
A vida - era vida e só.
Que desejo, que tesão, que aventura
comprar playboy no rateio,
se masturbar no banheiro
de qualquer lugar.
O amor era doce e perverso,
o que mais me importava era o sexo
que ainda vem me assombrar.
O dinheiro era pouco e bem-vindo.
não havia muito comigo
que eu pudesse gastar.
A vida acontecia depressa,
eu queria amar mais que vida,
e a vida queria-me mais do que amar.
Dias longos e tontos,
de céu rosado e cinzento,
com MTV e o Guns,
Que tédio , que beleza, que juventude,
nas provas de física e filosofia,
nas noites mal dormidas e nos dias,
de uma estranha paz.
dos pães, do bilhar, e da cachaça,
o Nietzsche e o Kafka que li,
e do dia que fodi.
Que desejo, que tesão que aventura,
de tudo que de algum jeito é meu


Ai que saudade que deu,
da minha adolescência perdida.
da minha cara aturdida
do Caetano e dos Rolling Stones.
Que brigas, que desejos, que porres,
naquelas esquinas e praças
cantando as mocinhas de saias
ouvindo ramones e racionais.

ramon c.





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