domingo, 27 de outubro de 2013

         ela nunca mais foi feliz como era antigamente.

         a primavera indecisa que há lá fora colore a cidade de cor e cinza. em são paulo não se sabe mais que dia foi aquela tarde, nem se ela existiu como se lembra dela ou é impulso da emoção que põe centímetro a centímetro de gesto, palavra a palavra com a força da intenção que só existe agora.podia cair o mundo, podia existir inferno. ela quis suco de laranja sem açúcar e sem gelo. não teve medo de arriscar-se em relação ao gosto, à temperatura. ao assunto. e decepção , quem sabe, seria numa próxima riso.

         a felicidade é coisa inventada pelas nordestinas, sei que existe uma frase assim nos textos de Clarice e que isso lá significa tristeza. o hábito com a felicidade não funcionava com ela... nunca funcionou... e , nem que o mundo caísse, ela não poria açúcar naquele suco. nem que todas as guerras do mundo explodissem. nem que na hora do beijo ele virasse o rosto. queria o suco sem açúcar.
a primavera ora é cinza... ela, naquele dia, inventou a felicidade numa conversa. linda e sem açúcar.

linda e sem açúcar.

ramoncoutubro2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário