ela nunca
mais foi feliz como era antigamente.
a primavera indecisa que há lá fora colore a cidade de cor e
cinza. em são paulo não se sabe mais que dia foi aquela tarde, nem se ela
existiu como se lembra dela ou é impulso da emoção que põe centímetro a
centímetro de gesto, palavra a palavra com a força da intenção que só existe
agora.podia cair o mundo, podia existir inferno. ela quis suco de laranja sem
açúcar e sem gelo. não teve medo de arriscar-se em relação ao gosto, à temperatura.
ao assunto. e decepção , quem sabe, seria numa próxima riso.
a felicidade é coisa inventada pelas nordestinas, sei que
existe uma frase assim nos textos de Clarice e que isso lá significa tristeza.
o hábito com a felicidade não funcionava com ela... nunca funcionou... e , nem
que o mundo caísse, ela não poria açúcar naquele suco. nem que todas as guerras
do mundo explodissem. nem que na hora do beijo ele virasse o rosto. queria o
suco sem açúcar.
a primavera ora é cinza...
ela, naquele dia, inventou a felicidade numa conversa. linda e sem açúcar.
linda e sem açúcar.
ramoncoutubro2013.
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