nesse novembro indeciso, ele
colocou agasalho e regata dentro da mala de ir ao trabalho que , ultimamente,
serve como pasta para todas as ocasiões. comia bem, ia ao teatro, conversava
com as pessoas da rua com uma cortesia sem precedentes.tinha umas contas para
pôr em dia e uns assuntos do passado que o rondavam. mas a causa da insônia
tinha coxas bonitas, vestido que delicadamente desenhava o corpo e papo bom.
não se dormia mal, propriamente, e
nem se pode dizer que desejasse o contrário disso. mas, definitivamente, os
sonhos eram intranquilos. era uma moça bela, e com sua conversa bela, chegavam
às mãos unidas. depois, um beijo no rosto, um tapinha no ombro.
- au revoir,
- arrivederci.
não se entendiam nos prólogos. eram
só linguagem. e sonho. um dia planejou que , ao encontra-lá, enquanto dormia,
diria “ e então, minha filha, vamos falar o mesmo idioma, por gentileza?”. de
ansioso, não dormiu.
viu-se tão chateado por não
encontrá-la no sonho, que, para pôr fim nessa confusão, ligou pra ela.
tem
dias que os dois não dormem.
tem dias que os dois não
dormem.
ramoncnovembro2013.
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