segunda-feira, 11 de novembro de 2013

                nesse novembro indeciso, ele colocou agasalho e regata dentro da mala de ir ao trabalho que , ultimamente, serve como pasta para todas as ocasiões. comia bem, ia ao teatro, conversava com as pessoas da rua com uma cortesia sem precedentes.tinha umas contas para pôr em dia e uns assuntos do passado que o rondavam. mas a causa da insônia tinha coxas bonitas, vestido que delicadamente desenhava o corpo e papo bom.
            não se dormia mal, propriamente, e nem se pode dizer que desejasse o contrário disso. mas, definitivamente, os sonhos eram intranquilos. era uma moça bela, e com sua conversa bela, chegavam às mãos unidas. depois, um beijo no rosto, um tapinha no ombro.
             - au revoir,
            - arrivederci.
            não se entendiam nos prólogos. eram só linguagem. e sonho. um dia planejou que , ao encontra-lá, enquanto dormia, diria “ e então, minha filha, vamos falar o mesmo idioma, por gentileza?”. de ansioso, não dormiu.
            viu-se tão chateado por não encontrá-la no sonho, que, para pôr fim nessa confusão, ligou pra ela.
tem dias que os dois não dormem.

tem dias que os dois não dormem.

ramoncnovembro2013.

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