a tentativa
inescrupulosa de convencer , os que não puderam ver as flores, de que naquele
canto do jardim onde jogaram sal nunca
nasceu nada é, antes de tudo, a tentativa de provar que flores não existem.
mas
as flores existem.
jogaram,
naquele canto do jardim, um punhado de sal na espectativa ( com “s”, porque
resgata o termo latino ~espectro~, ou seja, o que está à frente) de que não
nascesse flor alguma. e, vindouros dias, trouxeram o futuro que, infelizmente,
não deixou que nada, naquele canto, pululasse à primavera. ficou um canto de
jardim oco. um pedaço de chão calvo. era o marrom da terra rodeado por cor de
vida.
aquele
canto oco de jardim era mais que a prova de que as flores existem. pois,
pensando um pouco, chegava-se a conclusão: houve flores que foram, à força,
impedidas. não era a ausência das flores... era o aborto da terra. alguém, à
fórceps, tinha impedido o florescer. não significava a ausência das flores, significava
a tentativa violenta de negação das flores.
era
o assassinato. era o medo do crescimento.
reina,
naquele canto, um cemitério florido. sua ausência é dor. sua presença é negação.
sua existência é humanidade.
era
o assassinato ou sobre uma conversa com a Flor Azul.
ramoncjunho2014.
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