segunda-feira, 16 de junho de 2014



estou convencido de que a vida é a única coisa que existe.
viver e fazer planos?
tanto o faz...
se não se pode, se quer, controlar a física que há por trás dos planos.
e dos desejos.
o homem escolheu viver ilusões criadas por outros homens.
são colecionadores de lendas sobre si mesmos...
comem, dormem, andam. negam os próprios desejos.
falam de deuses como se falassem de pessoas,
como se fosse possível que uma pessoa fosse um Deus, sem deixar, antes, de ser uma pessoa.
não vejo divindade em ser um Deus.
não há nada de belo em sustentar um discurso. o Deus para qual rezo é sempre o mais poderoso.
vejo divindade em ser pessoa.
andar por aí e fazer planos, poucos, para a próxima hora.
as pessoas não têm condições de amar.
pois o amor é, Lacan provou, um sentimento tão divino quanto os Deuses.
como poderia o homem ter um sentimento divino se, para ser Deus, o homem deve deixar a própria humanidade?
o amor é a canibal vontade de devorar um pedaço do outro que você imagina seu.
é querer do outro o sangue. as horas todas. os olhares todos.
querer que o outro suba em um pedestal de madeira, barroco, barroco...
para que você o imagine Deus.
não existe nada além da vida e da vaidade...
ser vivo, nesse planeta à beira do abismo, é ter de aceitar a racional verdade...
a verdade de Kant, na razão pura, que o homem só existe na palavra...
que a humanidade é negada.
e que ser Deus é nosso desejo.
ser Deus é nosso desejo.
ramoncjunho2014

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