estou
convencido de que a vida é a única coisa que existe.
viver
e fazer planos?
tanto
o faz...
se
não se pode, se quer, controlar a física que há por trás dos planos.
e
dos desejos.
o homem
escolheu viver ilusões criadas por outros homens.
são
colecionadores de lendas sobre si mesmos...
comem,
dormem, andam. negam os próprios desejos.
falam
de deuses como se falassem de pessoas,
como
se fosse possível que uma pessoa fosse um Deus, sem deixar, antes, de ser uma
pessoa.
não
vejo divindade em ser um Deus.
não
há nada de belo em sustentar um discurso. o Deus para qual rezo é sempre o mais
poderoso.
vejo
divindade em ser pessoa.
andar
por aí e fazer planos, poucos, para a próxima hora.
as
pessoas não têm condições de amar.
pois
o amor é, Lacan provou, um sentimento tão divino quanto os Deuses.
como
poderia o homem ter um sentimento divino se, para ser Deus, o homem deve deixar
a própria humanidade?
o
amor é a canibal vontade de devorar um pedaço do outro que você imagina seu.
é
querer do outro o sangue. as horas todas. os olhares todos.
querer
que o outro suba em um pedestal de madeira, barroco, barroco...
para
que você o imagine Deus.
não
existe nada além da vida e da vaidade...
ser
vivo, nesse planeta à beira do abismo, é ter de aceitar a racional verdade...
a
verdade de Kant, na razão pura, que o homem só existe na palavra...
que a
humanidade é negada.
e que
ser Deus é nosso desejo.
ser
Deus é nosso desejo.
ramoncjunho2014
ramoncjunho2014
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