terça-feira, 5 de junho de 2012


Daí beijamo-nos. Beijamo-nos um beijo tranquilo e sossegado sem grandes atribuições. Não era o beijo mais apaixonado que já demos. Nem o primeiro, que fora bom, ficara em nossos corações e em nossas mentes. Não fora o último de nossos beijos, pois nos beijaríamos muitas vezes mais. Beijamo-nos porque quisemos. As pessoas viram nosso beijo e não notaram. Não foi um beijo raro. Foi um beijo como tantos outros beijos parcimoniosamente apaixonados de tantos outros casais comuns. Talvez o beijo sem pretensão para além de ser beijo provocasse em alguns, poucos, certa inveja, pois o gesto, que não era agressivo, trazia candura, paz e calma. Um beijo com a mão na cintura, e no rosto, e nos ombros. Um beijo próximo, suave, calmo de pouca saliva. Era um beijo permitido, um beijo namorado, sem barulho, bem-vindo. Um beijo com sorriso antes, e olhos nos olhos. Um beijo de felicidade da certeza de muitos beijos irmãos e irmãs, mais velhos e mais novos daquele beijo. Um beijo que não se explica pelo verbo: beijar, mas pelo verbo amar. Um beijo de quem se tornará família um dia. Um beijo de quem come a hóstia. Abençoado, bendito, intenso não digo, prefiro sincero. Um beijo de quem beija com desejo guardado para a noite, ou para qualquer outra ocasião, um beijo puro e sensível, um beijo de namorados.
 E eles estão ali, logo a frente, ainda beijando-se e beijando-se, beijando-se e beijando-se...

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