domingo, 24 de junho de 2012

Estou impressionado como você leva essa situação. Como não se abala e se mantém assim, com essa cara  elegante e calma. Estou impressionado com o potencial que você tem em admitir : sim gosto dele.  Estou encantado. Na verdade eu fico intrigadíssimo com o fato de que você é quem me acalma e não o contrário, e como você consegue terminar minhas frases. Estou surpreso com a história de que " eu confio em você" e mais, você confia em mim. Você me pergunta uma coisa, que para qualquer outro ponderaria e pra você: eu falo, falo, falo. 
É estranho esse negócio de que está tudo bem, a gente nem andou de mãos dadas ainda e planejamos como será a educação dos nossos filhos, nem fomos à esquina e estamos na  Lua. É muito esquisito o fato de nossas alianças nem terem sido compradas e as pessoas virem até mim e perguntarem a seu respeito, e mais esquisito ainda é você dizer que isso também acontece com você. Como é maluco. 
É muito maluca a história de que tudo se encaixa como um caleidoscópio de sinais divinos, e de como você e eu enxergamos esses sinais, e quando eu penso em falar " você percebeu que ..." você termina a frase pra mim. Quando eu olho, você já está olhando. Quando eu ouço você já dá opiniões... Quando falo de um tal Saussure você me vem com uma folha impressa cheia de grifos porque além de saber quem é Saussure, você já o estudou e viu que é ultrapassado nas novas teorias do texto. 
É muito doido tudo, parece que estamos bêbados um do outro, o tempo todo em união, o tempo todo juntos, o tempo inteiro amando e amando, amando. Somos gêmeos, somos irmãos, somos amantes, somos namorados, somos um.  Não tem história nova, não há: estávamos juntos desde quando: faz um mês, dois, um dia? faz sete anos? Não sei, não dá pra saber... Estamos loucamente embebecidos um noutro: e você está aí, com essa cara calma como se não se preocupasse com o fato de eu dizer: eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo...


Ramon C.

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