sábado, 9 de junho de 2012

Ai você ficou em casa e preparou o jantar. Eu cheguei e não quis acreditar que o que eu mais esperava não era o cheiro de comida de minha mãe. Mas o cheiro de amor de minha mulher, tempero e afeto. Você preparou o jantar e eu quis mais que tudo comer e conversar contigo. A mesa estava posta, linda. Nada além dos nossos dois pratos. Nada além dos nossos talheres, e copos. Nossos guardanapos. Da rua eu senti o cheiro de nossa casa, meio imaginária, meio pronta, e não pude conceber que , sozinhos, longe dos olhares curiosos, tínhamos construído um lar estranhamente sólido e surpreendente. Eu te beijei. Eu te beijei. Eu te beijei. Não falávamos, estranho como tinha um atraso entre nossas falas, nós não falamos. Mas éramos mais profundos que todos em volta, se houvesse uma multidão não nos veriam tão profundo fomos. Tão longe, tão em nós mesmos. Eu te beijei, te beijei, beijei. Você retribuiu. Não é demais lhe dizer o quanto lhe quis mais, mas é desnecessário. Você sabe... afinal, eu te beijava, beijava, e beijava... e você me beijava, beijava, beijava. Enquanto nos aquecíamos do frio, a comida, sozinha, olhava enquanto comíamos. 

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